terça-feira, 5 de novembro de 2024

Pai Felipe O Rei Batuqueiro

Aos 75 anos, Giba do Sapatinho presta homenagem a Pai Felipe, com lançamento de novo álbum musical.

Financiado com recursos da Lei Paulo Gustavo em Santos, o novo álbum musical (EP) do artista popular, cabo do samba, Gilberto de Oliveira (Giba, Giba do Sapatinho) presta homenagem a Pai Felipe e Daniel Feijoada, relembrando a história das batucadas em Santos. Com três faixas, o EP foi gravado, mixado e masterizado no estúdio El Sonido, em Santos. A faixa principal, que leva o nome do álbum "Pai Felipe O Rei Batuqueiro", foi produzida apenas com voz e batucada, interpretada e arranjada por Vander do Surdo. A segunda faixa mais importante do álbum, intitulada "Moleque Bamba", composição de Giba e Santaninha, samba conhecido de muitos santistas, foi interpretada pelo carnavalesco Valtinho do Castelo, com arranjos musicais de Mano Jotta R. A obra se completa com a faixa remasterizada intitulada "Vou Saravá", interpretada pelo próprio Giba do Sapatinho. 

O álbum, produto cultural gerado do projeto, está disponível para todos no Soundcloud e no Youtube, com portfólio do projeto disponível no site do coletivo Clube de Bambas no endereço , página com recursos de acessibilidade comunicacional.

O projeto, elaborado com o objetivo de divulgar, promover e fortalecer a cultura afrodescendente na Baixada Santista, bem como contribuir para a preservação dos saberes, da arte e da cultura afrodescendente, patrimônio cultural brasileiro, para ser realizado, contou com a participação de diversos artistas, amigos pessoais do compositor Giba do Sapatinho. A obra reúne história, poesia e muita batucada, vale conferir.

Onde ouvir: soundcloud.com/clubedebambas

terça-feira, 3 de setembro de 2024

Papo de Visão

LKDU2 lança novo single em feat com Foreal

Foto: Daniela Filipe
O compositor e cantor de trap LKDU2 (Lucas Ruas, na foto, à esquerda), em feat com o parceiro musical Foreal (Igor Filipe, na foto, à direita), acaba de gravar mais um single, desta vez com recursos da Lei Paulo Gustavo em Santos (Edital 11/2023). A faixa intitulada “PAPO DE VISÃO” representa a cultura e juventude do duo de compositores e produtores independentes, tendo o rap e o trap por referência, além da expressão da sua visão de mundo e sentimentos por meio da letra e da criação musical. Lucas, 22 anos, nome artístico LKDU2, desde pequeno, sempre demonstrou interesse pela música. Teve aulas de diversos instrumentos e logo se apaixonou pelo RAP, depois que compreendeu as causas que o movimento defende, e quem são as pessoas que fazem rap, identificando-se ainda mais por ser negro e de origem pobre.

Imagem: capa do single. Criação: LKDU2
O single é produto cultural do projeto "Multiplicando e Dividindo", sob direção executiva do próprio Lucas Ruas, elaboração e gestão de Cris Teodósio, coordenação de Daniela Filipe, produção musical do Estúdio El Sonido e produção cultural da OCABS Clube de Bambas. O evento de lançamento será realizado no Instituto Procomum, sexta-feira, 27/09, às 20h com entrada franca. No ato, ação de contrapartida social do projeto, o grupo receberá fãs e amigos, além do público local para apresentação inédita ao vivo da composição gravada.

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Gigante Rasteiro: De Pai Pra Filho

O novo álbum de Arizinho 7 Cordas está online e comprova a resistência do Choro na Baixada Santista, reunindo três gerações de Chorões no mesmo trabalho musical.


O álbum, com 12 faixas e duração total de 41 minutos e 37 segundos, foi enviado às plataformas digitais no último dia 21 de agosto, mas já está disponível na plataforma Sound Cloud <@gigante-rasteiro>, no canal do músico e compositor Arizinho 7 Cordas <https://soundcloud.com/arizinho7cordas>, onde permanecerá gratuito para todos durante o período pré-save no Spotify.

Intitulado “Gigante Rasteiro”, o álbum é produto cultural resultante do projeto “De Pai Pra Filho”, de proposição de Arizinho 7 Cordas, contemplado no edital ProAC 14/2023 da Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo. Para sua realização, Arizinho contou com um time de 13 músicos, incluindo seu próprio filho, o guitarrista Filipe Oliveira, seu pai, Ariovaldo 7 Cordas, homenageado do projeto, e ainda o genial Arnaldinho do Cavaco, que entre outras proezas integra o grupo Izaías e Seus Chorões.

Com orquestração do grupo Aqui Tem Choro, na formação trio Arizinho 7 Cordas, Paulinho Ribeiro e Nino Barbosa, o trabalho ficou riquíssimo, desdobrando-se na produção do espetáculo musical “Gigante Rasteiro: De Pai Pra Filho”, em breve em circulação nos teatros e casas de show da Baixada Santista.

Ficha Técnica - Álbum Digital: 12 Faixas | Duração: 41h37 | Estúdio de Gravação: Vila do Sossego | Direção Executiva: Arizinho 7 Cordas | Produção Cultural: Ocabs Clube de Bambas | Convidado homenageado: Ariovaldo 7 Cordas | Participação especial: Aqui Tem Choro | Direção Artística: Cris Teodósio | Direção de Publicidade: Izadora Zoe | Assessoria de Imprensa: Márcio Ribeiro | Fotografia: Lucas Justo | Técnicos de Gravação: Vinícius Suzuki, Flávio Medeiros e Edu Ribeiro | Mixagem e Masterização: Vinícius Suzuki | Produção Musical: Arizinho 7 Cordas. Gravado em Santos/SP, Brasil, 2024.

Participações: Arizinho 7 Cordas: Violão Solo - Faixas: 01 e 04 - Violão de Sete Cordas - Faixas: 01 a 12 | Ariovaldo 7 Cordas - Violão de Sete Cordas - Faixa: 01 |  Arnaldinho - Cavaco - Faixas: 01 e 04 | Filipe Oliveira - Guitarra - Faixa: 01 | Mano Jotta R - Bandolim - Faixas: 03, 05, 09 e 11 | Cesar Feitiço - Bandolim - Faixas: 06,08 e 12 | Luan Pablo - Clarinete - Faixa: 08 | Victor Guedes - Violão Tenor - Faixas: 02 e 10 | Rodrigo Suzuki - Acordeon, Triângulo e Zabumba - Faixa: 09 | Paulinho Ribeiro - Violão - Faixas: 01 a 12 | Paulinho Ribeiro - Cavaquinho Solo - Faixa: 07 | André Amorim - Cavaco - Faixas: 02, 03 e 05 a 12 | Nino Barbosa - Pandeiro - Faixas: 01 a 12 | Kauê Fernandes - Tamborim e Caxeta - Faixas: 01 a 12 | Thiago Presidente - Tamborim, Ganzá e Reco-reco - Faixas: 01 a 12.

Serviço: Quem? Arizinho 7 Cordas. O que? Lançamento do álbum “Gigante Rasteiro”. Onde ouvir? Sound Cloud <https://soundcloud.com/arizinho7cordas/sets/gigante-rasteiro>. Quando? Pré-save até 22/09/2024. Quanto? Gratuito. 

Realização:

PROAC EDITAIS
Programa de Ação Cultural
São Paulo

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas

#ProAC2023

#projetodepaiprafilho #arizinho7cordas #aquitemchoro #clubedochorodesantos #clubedebambas

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Grupo Macaco Velho celebra 17 Anos de Trajetória

Apresentação autoral inédita do grupo musical será realizada gratuitamente no Clube do Choro de Santos

No próximo dia 31 de agosto (sábado), o grupo Macaco Velho tem um encontro marcado com a cidade de Santos. Alexandre Branches (voz e cavaco), Kauê Fernandes (tantan, repique e atabaques), Thiago Luz (percussão e voz), Marcus Vinícius (pandeiro, percussão e voz) e convidados especiais, Arizinho 7 Cordas (violão de sete cordas), Luciano Passos (violão) e Kaony Fernandes (percussão) já se preparam para apresentação de um espetáculo autoral inédito, composto de músicas gravadas durante a trajetória do grupo musical. 


Batizado pelo compositor Cleber Augusto, o grupo Macaco Velho é reconhecido em Santos, São Paulo e no Rio de Janeiro. Traz consigo o legado da resistência e a preservação da história do samba. O trabalho, desde o nome, faz referência ao grupo Fundo de Quintal, maior inspiração do grupo Macaco Velho, que por duas vezes já participou do Cacique de Ramos, tendo sido homenageado no palco pelo presidente Bira, bem como tendo gravado ao lado de grandes nomes da música popular brasileira tais como Paulo Palazzi e Moacyr Luz. Tem como peculiaridade ainda acompanhar a grande maioria dos artistas que cantam pela Baixada Santista, Marquinhos Satã, Luizinho SP, Fabiano Sorriso, Cléber Augusto, Sombrinha, entre outros.

Alexandre Branches, o proponente, é fundador do movimento cultural Baixada Sambista, iniciou o grupo de samba Macaco Velho em 2007, já se apresentou ao lado de artistas renomados como Almirzinho Serra, Osvaldinho da Cuíca, Luizinho 7 Cordas, Moacyr Luz, Sombrinha, além de Cleber Augusto, entre outros.

Gratuito para todos, o evento será realizado no boulevard da rua XV de Novembro, nº 68, com apoio do Clube do Choro de Santos, a partir das 19h. Alexandre Branches e grupo convidam os fãs e amigos do samba santista para esta celebração e prometem encantar a todos com música de primeira.

Contemplado pelo Edital 11/2023 da Lei Paulo Gustavo em Santos, o projeto Macaco Velho 17 Anos conta com a direção executiva de Alexandre Branches,  direção artística de Juliana Ribeiro e produção cultural de Cris Teodósio.

Serviço:


Quem? Grupo Macaco Velho

O quê? Celebração Macaco Velho 17 Anos

Quando? Sábado, 31/08/2024

Que horas? A partir das 19h

Onde? Clube do Choro de Santos

Qual a localização? Rua XV de Novembro, 68, Centro, Santos/SP

Quanto custa isso? Gratuito para todes.


Apoio:

PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTOS

CULTURA SANTOS

SANTOS CIDADE CRIATIVA - UNESCO

Realização:

Lei Paulo Gustavo

MINISTÉRIO DA CULTURA

GOVERNO FEDERAL

Brasil - União e Reconstrução

terça-feira, 7 de maio de 2024

Aqui Tem Choro apresenta 013 Choros

Contemplado pelo edital 10º FACULT em Santos, o projeto reúne Arizinho 7 Cordas e o grupo Aqui Tem Choro para registro de 13 composições inéditas de grandes mestres (alguns em memória) da história do Choro na Baixada Santista.

Para tanto, Arizinho 7 Cordas, Paulinho Ribeiro, Carlos Toledo e Nino Barbosa (foto) reuniram composições das décadas de 60 e 70, peças de autoria de seus pais e parceiros musicais que foram escritas, em princípio, para participarem de festivais, sendo que muitas delas nunca foram oficialmente gravadas.

O álbum, fruto esperado do projeto, será orquestrado pelo grupo Aqui Tem Choro e convidados especiais, com produção musical de Arizinho 7 Cordas, direção artística de Cris Teodósio e gestão da produtora OCABS.

Ficha Técnica

Direção Executiva: Ariovaldo L. R. Jr.
Elaboração e Gestão: Cris Teodósio
Direção de Publicidade: Izadora Zoe
Jornalista Responsável: Márcio Ribeiro
Produção Musical: Arizinho 7 Cordas
Orquestração: Grupo Aqui Tem Choro & Convidados
Estúdio: Zorak Records

PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTOS
SECRETARIA DE CULTURA - PROGRAMA DE APOIO CULTURAL
FACULT – 2022

#FACULT2022

#013choros #arizinho7cordas #aquitemchoro #clubedebambas #zorakrecords 

segunda-feira, 11 de março de 2024

Afromusicalidades Universais

Instituto Caraguava em Ação realiza projeto com recursos da LPG 2023 em Peruíbe


Contemplado pelo edital 02/2023 da Lei Paulo Gustavo em Peruíbe, o projeto “Afromusicalidades Universais” consiste na produção de um grande espetáculo musical, com uma apresentação pública totalmente gratuita, com a participação direta dos alunos do ICA, Instituto Caraguava em Ação, sob direção executiva de Leandro Diamante, autor da proposta.

O evento conclusivo será realizado em 11 de abril às 14h, em perímetro escolar, com anuência da E.M.E.F. Ivete Santana Pinto, rua Piracicaba, 3025, Nova Itariri. O espetáculo reunirá peças musicais, de domínio público - nacionais e internacionais - que serão orquestradas pelas famílias dos metais, das madeiras e da percussão. As apresentações ocorrerão por nível de conhecimento, sendo primeiro os alunos iniciantes seguidos dos mais avançados.

Sediado na região periférica de Peruíbe, o Instituto Caraguava em Ação atende mais de 150 munícipes, entre crianças e adolescentes, com atividades no campo da Música, da Dança e do Esporte. A missão do Projeto é promover o desenvolvimento humano e a cidadania dos munícipes a partir da oferta de atividades artísticas e culturais profissionalizantes, tais como as aulas de música e de balé, realizadas em espaço mantido pela organização, regularmente, ao longo dos cinco anos de trabalho na comunidade de Caraguava. Não sem motivos, já recebeu diversas menções e elogios públicos, inclusive do Poder Público Municipal, especialmente dada a qualidade das apresentações promovidas sob direção do seu coordenador, o maestro Leandro Rogério Sant Ana.

O educador musical e empreendedor social, maestro Leandro Sant Ana, diretor executivo do projeto  e recebedor do prêmio, foi também o idealizador do movimento que deu nome ao instituto. Nas suas palavras:

Eu moro no bairro há mais de 20 anos. Há cinco anos atrás comecei a perceber que faltava uma ação para ajudar a diminuir a vulnerabilidade das crianças e adolescentes do bairro, devido ao evidente aumento de crianças ociosas e marginalizadas. Com a ajuda de outros moradores improvisamos um primeiro local onde chegamos a atender cinquenta crianças.

(Fonte: entrevista gravada para elaboração do Projeto, conduzida pelos elaboradores). 

O projeto “Afromusicalidades Universais” conta ainda com o talento dos jovens educadores Rafaela Vacholz Lemos, professora de Flauta, Janyne Valladares Bauer, educadora artística e coreógrafa de dança e Luan Lucas Pereira e Renato Dias Ferreira, educadores musicais. O ICA conta com o apoio de todos. Mais informações, enviar email para: projetos.caraguavaemacao@gmail.com

Realização:

GOVERNO FEDERAL - MINISTÉRIO DA CULTURA
LEI PAULO GUSTAVO

PREFEITURA MUNICIPAL DE PERUÍBE
SECRETARIA DE CULTURA

Apoio:
@ica @leandrodiamante @clubedebambas @alternativasecretariavirtual

#LPG2023 #LPGPERUIBE
#ica #caraguavaemacao #leandrodiamante

quarta-feira, 8 de novembro de 2023

Gigante Rasteiro: De Pai Pra Filho

Ariovaldo e Arizinho 7 Cordas se reúnem para primeiro ensaio em ato oficial de abertura do projeto contemplado no edital ProAC 14/2023


“Gigante Rasteiro: De Pai Pra Filho” é o nome do álbum, fruto esperado do projeto de Arizinho 7 Cordas, que surge entre os vencedores do edital ProAC 14/2023 da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo. O projeto objetiva o registro de composições autorais instrumentais, do gênero Choro, em especial da obra Gigante Rasteiro, de Arizinho 7 Cordas em homenagem ao pai Ariovaldo 7 Cordas.

O encontro é de dois gigantes do violão-de-sete-cordas que ajudaram a fazer a história do Choro e da Seresta na Baixada Santista: Ariovaldo 7 Cordas, o pai, ainda muito jovem, já acompanhava no violão grandes nomes da música popular brasileira, incluindo Nelson Gonçalves. Arizinho, seguindo a trilha do pai, notadamente virtuoso, é reconhecido em São Paulo e também no Rio de Janeiro.

As composições serão orquestradas pelo grupo Aqui Tem Choro, com Nino Barbosa (pandeiro), Paulinho Ribeiro (cavaco), Maestro Toledo (Flauta e Sax) e convidados especiais, com produção musical de Arizinho 7 Cordas e direção artística de Cris Teodósio, maestro e produtor cultural da OCABS, produtora gestora do projeto.

O evento inaugural, por se tratar de um ensaio, será aberto apenas aos músicos, equipe de produção e convidados especiais da direção executiva. Será realizado no Estúdio El Sonido, em Santos, a partir das 19h do dia 27 de novembro, com trechos principais transmitidos ao vivo publicamente pela internet.

Serviço:

Local: Estúdio El Sonido, Santos-SP
Entrada: Lista de Convidados
Data e Hora: 27/11/2023 a partir das 19h
Programação: Ato Inaugural e 1º Ensaio Canal de transmissão ao vivo: https://www.facebook.com/ocabsbrasil
Direção Executiva: Arizinho 7 Cordas
Jornalista Responsável: Márcio Ribeiro

ProAC 14/2023 - Música
PROAC EDITAIS
Programa de Ação Cultural São Paulo

@arizinho7corda @aquitemchoro @clubedebambas

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas
#ProAC2023

#projetodepaiprafilho #arizinho7cordas #aquitemchoro #clubedebambas

quinta-feira, 18 de maio de 2023

Muito samba no encerramento do Projeto CEM, sábado (27), em Cubatão

Viva Cartola, 115 anos! Crianças e adolescentes executam peças da obra de Cartola em Audição Musical do projeto CEM



“Cartola É Minha Escola” é o tema da festa de encerramento do projeto CEM - Centro de Educação Musical em Pinhal do Miranda - que será realizada no último sábado deste mês (27/05), no Coletivo Novo Paraíso, que fica à Rua Faixa do Oleoduto, 6. Organizado pela OCABS - Organização Cultural e Artística da Baixada Santista - o projeto cultural, contemplado pelo edital Proac 45/2022 CIDADANIA aconteceu no bairro Pinhal do Miranda (também conhecido por Pinheiro do Miranda), entre janeiro e maio deste ano de 2023, em Cubatão, e atendeu cerca de trinta munícipes diretamente, com oficinas de canto-coral, cavaquinho, violão-de-sete-cordas, pandeiro, cuíca entre outras. Ao todo foram realizadas 50 oficinas, incluindo eventos especiais com artistas profissionais da região da Baixada Santista.

A programação do evento de encerramento conta com um ato de abertura e palestra profissional do sambista ícone Giba do Sapatinho (Gilberto de Oliveira), proponente do Projeto. Na sequência, os educandos participarão de uma audição musical, executando três peças da obra de Cartola, com frases originais do imortal Dino 7. Destacam-se os educandos Gabriel, de 5 anos (tamborim), Evelyn, de 15 anos (cavaquinho), Eric, de 16 anos (timba) e Samyr, de 17 anos (violão-de-sete-cordas), quarteto fantástico que encanta nos ensaios e nas apresentações.

O espólio do Projeto, instrumentos e equipamentos comprados com recursos do ProAC Editais, serão entregues à comunidade, por meio de doação, no ato, ao espaço cultural Coletivo Novo Paraíso, sob responsabilidade do anfitrião André Luiz.

O coordenador das oficinas, maestro, especialista em Metodologia do Ensino da Música e Musicoterapia, Cris Teodósio César, compreende que o Projeto atingiu com sucesso aos objetivos originais, promovendo cidadania, através das atividades musicais e artísticas em geral realizadas. 

O Projeto CEM buscou oportunizar às crianças uma experiência valiosa no universo do Samba, um dos nossos maiores patrimônios culturais imateriais. Esperamos que esta semente germine, pois o solo é  muito fértil. (Msto. Cris Teodósio).

O evento finaliza com a apresentação do grupo local “Sempre Dá Samba" comandado pelo artista Rubão (voz e cordas) e amigos na percussão, garantindo a alegria até às  21 horas, entrada franca. 

Confira a programação completa do evento:

  • 16h - Recreação Infantil com Fernanda Campos
  • 17h - Palestra “Formação de Músicos Profissionais para a MPB” (Giba) 
  • 18h - Audição: apresentação dos educandos do Projeto
  • 19h - Show de encerramento com o grupo “Sempre dá Samba” 
  • 21h - Ato de Encerramento com a palavra do Proponente

Serviço

Evento: Encerramento do Projeto CEM

Local: Coletivo Novo Paraíso

Endereço: Rua Faixa do Oleoduto, 6, Pinhal do Miranda, em Cubatão /SP

Horário: 16:00 às 21:00h

Mais Informações: 13 99697-7244

Entrada: Evento gratuito, aberto a todes, todos e todas.

segunda-feira, 6 de março de 2023

Cacique Ubiratã Gomes lança livro infantojuvenil bilíngue em Peruíbe

“Urutagwa: o guerreiro que virou pássaro” traz seus textos em Português e Tupi, além de audiolivro e livro virtual


O livro intitulado "Urutagwa: o guerreiro que virou pássaro", escrito por Ubiratã Gomes, com ilustrações de Léa de Camargo Neves, será lançado oficialmente no próximo dia 14 de abril, sexta-feira, a partir das 19 horas, no empório Pão de Maçã, na Avenida Padre Anchieta, n° 4388, bairro Nova Peruíbe, em Peruíbe-SP. A obra relata a luta pela vida de uma aldeia indígena, afetada por uma doença trazida pelo homem branco, sendo a história escrita em Português e Tupi, contando com audiolivro e livro virtual.

O objetivo do Projeto, aprovado pelo ProAC Editais 17/2022, consiste em criar uma obra literária como subsídio a docentes de escolas indígenas, para que tal material possa ser utilizado em salas de aula, trazendo uma realidade mais próxima dos estudantes; dessa forma, 400 exemplares do livro físico serão distribuídos a Escolas Indígenas, Aldeias e Escolas Públicas.

O acesso ao evento de lançamento será restrito aos convidados do autor, da ilustradora e da equipe de produção, devido à capacidade de público do local escolhido; entretanto, a programação principal, uma roda de conversa conduzida pelo autor, será transmitida ao vivo com apoio da TV Mais Litoral e Programa Lucas Bem Te Vi Entrevista; a live será transmitida a todos através do site https://www.urutagwa.com.br/. No site o internauta também pode comprar o livro - autografado pelos autores - e ainda tem acesso às versões audiobook (Audiolivro) e e-book (Livro Digital) da obra literária.
Desde os primórdios da invasão do território brasileiro, muitas doenças foram utilizadas como armas para disseminar vírus contra nossos povos. Diz a belíssima história tradicional do povo Tupi, transcrita pelo líder cacique Ubiratã Gomes, que o canto do Urutagwa é na verdade o grito de dor de um destemido guerreiro Tupi do passado que, por causa do seu luto, pela perda dos seus entes queridos, foi transformado num pássaro pelo Grande Criador do Universo (Nhandedjary). Histórias como esta evidenciam a luta dos povos indígenas contra doenças que não conheciam. Romanceado, bilíngue e ilustrado, o livro apresenta, sob um olhar poético, um pouco da cosmologia e espiritualidade que envolvem e fortalecem a Identidade Étnica do povo Tupi. (Texto extraído da contracapa da obra).
A programação do evento de lançamento começará com a venda dos primeiros exemplares do livro, durante a sessão de autógrafos, cuja receita líquida será revertida em uma doação a duas anciãs que auxiliaram na tradução da obra do Português para o Tupi.

O clímax do evento se dará com uma roda de conversa conduzida pelo autor e os principais participantes do projeto de publicação, com a narrativa ao vivo de trecho da obra na voz da criança Ythainá Dionisio Gomes (Thatá), encerrando com a estreia do audiolivro no canal oficial do livro: https://youtube.com/ @urutagwa.

O encerramento contará, ainda, com uma apresentação artística, por meio da qual os indígenas presentes entoarão alguns cânticos tradicionais.

Publicado pela “Raízes Tupi Produções”, editora do autor, com recursos do Governo do Estado de São Paulo e da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, através de Projeto contemplado pelo ProAC Editais 17/2022 - EDITAL DE APOIO LITERATURA /REALIZAÇÃO E PUBLICAÇÃO DE OBRA INÉDITA DE FICÇÃO NO ESTADO DE SÃO PAULO PRIORITARIAMENTE -, o livro contou com um minucioso projeto de publicação, sob direção executiva da indígena Maísa Gomes, consultoria editorial de Carina de Luca, revisões de Débora Dionísio e produção artística de Cris Teodósio. A versão audiolivro foi gravada na cidade de Santos, no Estúdio El Sonido, com trilha sonora de Sérgio Tück.


O projeto de ilustração, tanto do livro impresso como das versões digitais, é creditado à talentosa Léa de Camargo, que também orientou a identidade visual do site e demais peças para publicação. A ilustradora é professora e artista plástica, formada pela Faculdade de Artes Plásticas de São Paulo (FABASP), além de explorar sua expressão artística através de diferentes materiais e técnicas, principalmente aquarela, acrílica sobre tela, origami e colagem.

Vale ressaltar que o autor da obra, Cacique Ubiratã, é Professor da Rede Pública de Educação do Estado de São Paulo, possui graduação em Formação Intercultural Superior e formação Intercultural do Professor Indígena pela Universidade de São Paulo (2008). Ele já atuou como professor coordenador no Núcleo Pedagógico da Diretoria de Ensino da Região de São Vicente, onde foi responsável pelo planejamento pedagógico das escolas indígenas de São Vicente a Peruíbe. Atualmente, Cacique Ubiratã é mestrando em educação pela Universidade Católica de Santos, com ênfase em Educação escolar indígena e Historiografia. É também integrante do Núcleo de Educação Indígena do Estado de São Paulo e do Fórum de Articulação dos Professores Indígenas do Estado de São Paulo (Fapisp). Ubiratã Gomes se destaca pela luta em prol dos direitos dos povos indígenas do Brasil.

Texto base: Lucas Galante
Reconstrução: Elaine Marques dos Santos
Revisão Final: Cris Teodósio

Foto 1 (Cacique Ubiratã): Rodrigo Pertesson
Foto 2 (Thatá): Eduarda Alcântara
Foto 3: (Lea de Camargo Neves): Lucas Galante

sábado, 4 de junho de 2022

Núcleo de Apoio Neuropsicopedagógico

 NANPp E. E. Zenon Cleantes Moura

Recentemente, por meio de uma parceria estabelecida entre o Coletivo Novo Paraíso <https://www.instagram.com/coletivonovoparaiso/> e a Escola Estadual "Zenon Cleantes Moura", iniciamos a implantação de um Núcleo de Apoio Neuropsicopedagógico (NANPp), trabalho voluntário, incluído como ação complementar do MMR – Método de Melhoria de Resultados da instituição.

A missão consiste em apoiar o corpo docente na construção de uma escola cada vez mais inclusiva, em alinhamento com a Política Estadual de Educação Especial (PEE-SP). O processo de implantação começou cm a liberação da sala para instalação do laboratório que também funciona como setting terapêutico para as sessões de neuropsicopedagogia com os educandos. Vale comentar que a sala foi toda preparada (pintada e reestruturada) com apoio dos próprios estudantes (Grêmio Estudantil <https://www.instagram.com/gr.uniaoestudantil_z/>) dada a importância do projeto para a escola como um todo.

Parte do programa de implantação do NANPp trata da formação continuada dos educadores quanto às possibilidades de aplicação prática de uma pedagogia inclusiva e disruptiva. 

Mais sobre a metodologia de trabalho em <https://maestrocantaluz.blogspot.com/2022/01/neuropsicopedagogia-e-musicoterapia.html>. Mais sobre o NANPp na escola Zenon, confira na matéria publicada pela Regional de Ensino de Santos-SP <https://desantos.educacao.sp.gov.br/escola-zenon-de-cubatao-realiza-parceria-para-atendimento-voluntario-de-neuropsicopedagogia-musicoterapia-e-alfabetizacao-de-alunos/>.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Neuropsicopedagogia e Musicoterapia Aplicada

Atendimento Clínico Especializado

A OCABS Organização Cultural e Artística da Baixada Santista <https://ocabs.odoo.com/> oferece Serviço de Atendimento Clínico Especializado em Neuropsicopedagogia e sessões de Musicoterapia Aplicada para todas as idades, salvo algumas poucas exceções.


Com foco no desenvolvimento da capacidade de aprendizagem do paciente, as sessões, com duração média de 45 minutos cada, são recomendadas e realizadas a partir da análise da entrevista de anamnese (instrumento técnico utilizado para avaliar o paciente-aprendente) aplicada no primeiro atendimento.

Cada paciente é avaliado de acordo com as queixas principais; o serviço atende tanto para a Educação Normal quanto para a Especial e Inclusiva.

Importa saber que uma avaliação, quando requerido(s) teste(s) clínico(s), pode durar mais de uma sessão. Contudo, encaminhamentos e pedidos de intervenção são acompanhados de Parecer Técnico e Matriz Diagnóstica que orientam a quantidade de sessões necessárias para cada paciente.

Neuropsicopedagogia

A Neuropsicopedagogia é uma ciência transdisciplinar, que tem por missão compreender as funções cerebrais para melhor compreensão do processo de aprendizagem, com intuito de aprender como cada um aprende, ou seja, entender a forma como o cérebro se processa nos processos cognitivos e emocionais do indivíduo, quando clínica, ou do grupo, quando institucional.

Desse modo, a neuropsicopedagogia se caracteriza na área de conhecimento, voltada principalmente para os processos de ensino e aprendizagem, que se compõe na avaliação de indivíduos em defasagem. A saber, esses indivíduos não se desenvolvem fora dos contextos históricos, sociais, culturais, econômicos e educacionais, e o funcionamento do cérebro é justamente uma interação dos impulsos nervosos ao transmitir por meio das sinapses a liberação de substâncias químicas chamadas de neurotransmissores (RAQUEL ARAUJO, 2010, p.149).

Benefícios da Musicoterapia

Segundo a União Brasileira das Associações de Musicoterapia - UBAM:

A Musicoterapia foi incluída em Leis municipais e estaduais das PICS/SUS (Práticas Integrativas Complementares do Sistema Único de Saúde) nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, em 2018 e 2019. Recentemente, o governo do estado do Rio de Janeiro lançou a Lei Nº 8401 de 23 de maio de 2019, a qual cria o programa estadual de incentivo à Musicoterapia como tratamento complementar para pessoas com deficiências, síndromes ou dentro do transtorno do espectro do autismo. (UBAM, 2019)

As sessões de Musicoterapia Aplicada realizadas no espaço terapêutico oferecido pela OCABS são conduzidas através da audição de frequências de solfeggio (de 174 a 963hz)  selecionadas com base na avaliação técnica de cada paciente.

Espaço Terapêutico

OCABS conta com os serviços da Sabra Consultórios, por meio dos quais oferece atendimento particular e personalizado. A SABRA fornece consultórios prontos em edifício de luxo localizado na Av. Conselheiro Nébias, 703, no bairro Boqueirão em Santos-SP, com recepção, segurança, acessibilidade e conforto.

Graças ao inteligente modelo de negócios o investimento é bem atrativo. Para o ano de 2022 o valor da consulta está taxado em 70R$/sessão. Todavia o valor da hora-sessão pode variar para menos de acordo com o pacote de sessões contratado pelo cliente.

Agendamentos para este serviço são feitos exclusivamente pelo Celular/Whatsapp (13) 99697-7244

Profissional Responsável:
Msto. Cris Teodosio
maestrocantaluz@gmail.com

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Contribuições da Educação Musical para os Processos de Socialização no Século 21

Estudo de Caso e Perspectiva Neuropsicopedagógica

EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA, NEUROPSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL E CLÍNICA

CESAR, Cris Teodósio

Santos-SP, 2021.

Páginas: 30; Folhas: 31; 30cm.

Orientador: Geancarlo Almeida Antues

Artigo Científico apresentado para obtenção do título de Especialista em Educação Especial e Inclusiva, Neuropsicopedagogia Institucional e Clínica do curso de Pós-graduação Latu Senso da Instituição de Ensino Superior FSG / ISEED FAVED.

Palavras-Chave: educação especial, educação musical, inclusão, musicoterapia, neuropsicopedagogia.

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Dedicatória

À mestra poetisa Marilena Soneghet, por seus ensinos preciosos, por sua generosidade e amizade, gratidão.

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Agradecimentos

À Sonia Teodósio, amiga e mãe nesta vida, a meus irmãos e irmãs, gratidão. Ao amigo e parceiro de trabalho Fábio Luiz Rodrigues, gratidão. Ao Universo, por conspirar a nosso favor, gratidão.

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Sumário

I. Introdução, 8

  • O Mundo BANI, p. 10
  • Utopia versus Loucura, p. 11
  • Música no Século 21, p. 12

II. Metodologia, p. 13

III. Resultados e Discussões, p. 14

1. Amostras e Provas, p. 14

2. Da Intervenção, p. 16

IV. Notas e Comentários, p. 18

V. Uma Perspectiva Neuropsicopedagógica, p. 20

  • Neurociência e Pedagogia no Século 21, p. 20
  • A Massa Colorida, p. 22
  • Contribuições da Neuropsicopedagogia, p. 24

VI. Conclusão, p. 26

VII. Referências Bibliográficas, p. 29

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Resumo

Com base na documentação bibliográfica revisada e estudo de caso, notas e resultados, o artigo apresenta contribuições da Educação Musical para os processos primário e secundário de socialização no início do século 21, em especial no contexto da Pandemia, considerando o seu uso na Educação Especial e Inclusiva, em uma perspectiva neuropsicopedagógica.

Palavras-chave: educação especial, educação musical, inclusão, música e sociedade, musicoterapia, neuropsicopedagogia.

Abstract: Based on the revised bibliographic documentation and use case, notes and results, the article presents arguments that justify the contributions of Music Education in the primary and secondary processes of socialization in the beginning of the 21st century, especially in the context of the Pandemic, considering its use in Special and Inclusive Education, from the perspective of neuropsychopedagogy.

Key Words: special education, music education, inclusion, music and society, music therapy, neuropsychopedagogy.

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p. 08

I. Introdução

Para Nietzsche:

“[...] sem música a vida seria um erro”^1  (NIETZSCHE, 1888, Sentenças e Setas 33)

Para muitos de nós, no entanto, educadores, maestros, musicistas, instrumentistas, a vida sem música seria simplesmente inimaginável.  A importância dessa linguagem é tamanha que não há no mundo pátria sem hino, exército sem hino, igreja sem hinos e louvores, equipes esportivas sem hino, festas sem música, casamentos sem música etc. 

Evidencia-se a importância da educação musical para os processos de socialização já na Grécia Antiga (Figura 1), onde e quando a música era associada ao divino; e aceita pela sociedade como remédio para o corpo e para a alma. Segundo Platão:

“Primeiro, devemos educar a alma através da música” (PLATÃO, 370 a.C, A República, Livro II 376e)^2.

Nietzsche, no entanto, vai além, e usa o fenômeno da música, senão vejamos, entrada pelos ouvidos para ilustrar a sua tese sobre a existência. Contudo, na história da humanidade, podemos observar a educação musical, desde os primórdios, diretamente relacionada aos processos de socialização.

Um bom exemplo das contribuições da música no processo de socialização primário é a existência das cantigas, parlendas e cirandas que cantamos para as crianças de colo (algumas vezes ainda no ventre), expressões poético-musicais por meio das quais buscamos transmitir nossos valores, nossas tradições e culturas, quer populares, quer religiosas entre outras.

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1) Do original: "Ohne Musik wäre das Leben ein Irrtum", livro Crepúsculo dos Ídolos, Sentenças e Setas 33. Turim, 1888. 
2) PLATÃO, 428 a.C. - 347 a.C. A REPÚBLICA, LIVRO II, 376e. Grécia Antiga, 370 a.C.

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Figura 1 - Musa Euterpe
Do Original: Euterpe (Muse der lyrischen Dichtung). Pintura de Jakob Emanuel Handmann, datada de 1775, representa a divindade da Música na Grécia Antiga.

(Fonte: Wikimedia Commons <https://commons.wikimedia.org>. Acesso em 08/11/2021)


Por sua vez, no processo de socialização secundário, se, por exemplo, o indivíduo é matriculado em uma escola, ou iniciado em alguma religião, pode vir a ser que o seu educador lhe ensine a cantar um hino, que fale de morrer pela pátria ou de amar a um deus; ideologias que a música o ajudará a decorar, a "guardar no coração", mas que claramente induzem a formação do seu caráter.

A Educação Musical, entretanto, se conduzida de maneira libertária e democrática, oportuniza, acima de tudo, acesso a uma linguagem especial, universal, que possibilita ao indivíduo, por exemplo, expressar o que há por dentro enquanto denuncia o que há por fora.

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p. 10

O Mundo Bani

Recentemente, o mundo passou por grandes mudanças em um curto espaço de tempo. Com a chegada da Globalização, tornou-se volátil, incerto, complexo e ambíguo (VUCA)^3. E antes mesmo que pudéssemos absorver tais mudanças de pensamento e comportamento, o advento da Revolução Digital, especialmente associado à Pandemia (2019 aos dias atuais), marcando fortemente o início do século 21, apresenta-nos um mundo frágil, ansioso, não-linear e incompreensível (BANI)^4. 

De fato, a fragilidade do mundo tornou-se evidente. Haja vista o imensurável estrago testemunhado durante a Pandemia, tragédia sem precedentes, principalmente diante de tanto avanço tecnológico, causada por um simples vírus.

Ansioso, cada vez mais, e agora com medo. Senão vejamos, o ser humano vem usando a tecnologia para acelerar o mundo: veículos, construção civil, produção de armamento militar, reprodução de animais para abate, germinação de sementes, tudo superacelerado não em face da necessidade humana comum, mas sim dos interesses capitalistas.

Neste mundo não-linear e incompreensível precisamos de uma pergunta para além das clássicas “quem sou, de onde vim, para onde vou”; precisamos nos perguntar: o que queremos para a nossa existência?

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3) Do original: Volatility, Uncertainty, Complexity, Ambiguity. Criado na década de 90 pelo U.S Army War College em referência ao mundo pós-Guerra Fria. (CASCIO, J. Facing the Age of Chaos. Institute for the Future. Disponível em <https://medium.com/@cascio/facing-the-age-of-chaos-b00687b1f51d>. 29/04/2020. Acesso em 27/08/2021).
4) Do original: Brittle, Anxious, Nonlinear, Incomprehensible. Termo reputado ao antropólogo Jamais Cascio. Representa evolução natural do mundo VUCA. (CASCIO, J. Facing the Age of Chaos. Institute for the Future. Disponível em <https://medium.com/@cascio/facing-the-age-of-chaos-b00687b1f51d>. 29/04/2020. Acesso em 27/08/2021).

p. 11

Utopia versus Loucura

Imaginemos um mundo em que a todo ser humano seja garantido o direito de experimentar a sua criatividade, a oportunidade de se expressar através da mistura de cores, sons, formas, sabores, ideias. Então seriam exércitos de artistas pelo mundo, poetas, pintores, dançarinos, cantautores e filósofos. Disto, dir-se-ia utópico. E, no entanto, a realidade que se nos envolve em pleno século 21, de crianças e jovens armados e preparados para matar, por exemplo, há de parecer loucura.

De fato, o ser humano ainda precisa de exércitos porque não evoluiu o bastante. Se evoluir ao ponto de não precisar mais de exércitos, a ideia de um jovem segurando uma arma tornar-se-á uma ideia surreal.

Para Foucault:

"entre loucura, civilização e sensibilidade, pois que as atividades do homem na civilização, sendo demasiado artificiais/antinaturais, (e.g. vida de gabinete, leitura demasiada de romances, etc.), constitui esse meio no qual a loucura pode surgir." (FOUCAULT, 2007)
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Música no Século 21

A música traz em si o poder da inclusão e, para além, da união entre as pessoas, da amizade e do encantamento. Associada às novas tecnologias, espalha-se velozmente pelo mundo produzindo e reproduzindo emoções, comunicando ideias, socializando-nos. 

Podemos constatar que a música permanece igualmente indispensável para a humanidade e diretamente relacionada aos processos primário e secundário de socialização no século 21 . E para exemplo da importância do seu uso devemos citar o trabalho do musicoterapeuta, que:

"[...]exerce sua atividade no âmbito da saúde, da educação e da assistência social". (UBAM, 2019)

A musicoterapia serve para:

“[...] promover a comunicação, relação, aprendizagem, mobilização, expressão, organização e outros objetivos terapêuticos relevantes, para alcançar necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas”. (UBAM, 2019)

Neste sentido, a música possibilita a comunicação verbal e não verbal, fisiológica e psicológica entre os indivíduos que a compartilham, vindo a se tornar uma importante ferramenta no contexto deste conturbado início de século.

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p. 13

II. Metodologia

Trabalho de natureza exploratória. Pesquisa realizada com base no estudo de caso que permitiu observar as contribuições da Educação Musical no processo de socialização secundário dos educandos, com foco na Educação Especial e Inclusiva, a partir do projeto “Música em Santa Cruz dos Navegantes”, realizado em parceria com o Instituto Professor Amaro de Araújo Lima Sobrinho (INPRA) no município de Guarujá-SP, no período de março a maio de 2021.

Contou com público beneficiado pelo projeto sociocultural composto por crianças e adultos, do sexo masculino e feminino, todos de famílias de baixa renda, moradores do bairro Santa Cruz dos Navegantes.

O método adotado foi o hipotético-dedutivo, a partir da formulação de “hipóteses e, pelo processo de inferência dedutiva”, de acordo com Cruz e Ribeiro (2004, p. 50). A técnica de pesquisa, por conseguinte, baseia-se na utilização de documentação indireta, pesquisa bibliográfica e pesquisa documental.

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p. 14

III. Resultados e Discussões

1. Amostras e Provas

Os trechos a seguir foram extraídos dos Relatórios de Campo enviados ao INPRA durante o Projeto “Música em Santa Cruz dos Navegantes”:

Em 05/04/2021

[...] muitos dos que se inscreveram inicialmente não apareceram para ocupar suas vagas. No entanto, com a experiência das primeira aprendências os próprios jovens foram trazendo consigo outros aprendizes [...]

[...] os instrumentos comprados, ao tentarmos afiná-los e colocá-los realmente em uso, apresentam muitos defeitos [...]

[...] alguns jovens trouxeram violões usados, danificados (ótimos violões) que estamos recuperando, reformando.

Sobre o período do “FECHA-TUDO”:

[...] para manter minimamente em dia o atendimento aos aprendizes do projeto, durante esse último período de isolamento obrigatório [...] foram distribuídas bolsas de estudo, com emissão de certificado de conclusão, para o Curso "Iniciação Musical com Instrumentos Caseiros" 40h [...]

Em 26/04/2021

[...] o programa segue, atendendo a comunidade, especialmente promovendo oportunidade de aprendizagem e desenvolvimento pessoal. [...] tenho trabalhado, além do grupo como um todo, com cada qual em particular, buscando compreender as suas necessidades, a maneira como aprende e, especialmente, como a Educação Musical pode ajudá-lo a sentir-se mais feliz e realizado.

Vimos estudando, conforme é sabido, a obra do compositor popular paulistano Walter Franco, falecido a cerca de dois anos, autor de uma das mais importantes discografias da história da música no período da ditadura militar. Contudo os jovens aprendizes têm estudado, para além da teoria e


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da prática dos instrumentos, a história da nossa música e do nosso povo, tendo em vista que a música também é uma ferramenta transformadora social.

Em 31/05/2021

No último dia 21/05 apresentamos [...] aos aprendizes, seus convidados e representantes da comunidade o espetáculo digital "ACORDAÍ" em homenagem ao finado compositor Walter Franco, cuja obra fora estudada no decorrer do projeto Música em Santa Cruz dos Navegantes.

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p. 16

2. Da Intervenção

Promovido pelo Instituto Professor Amaro de Araújo Lima Sobrinho (INPRA), o projeto "Música em Santa Cruz dos Navegantes" foi uma iniciativa (Figura 2) comunitária para realização de um curso introdutório de música popular para moradores daquela comunidade, crianças, jovens e adultos, do sexo masculino e feminino, cujas aprendências, de canto coral, violão e violino (ou rabeca) ocorreram de modo semipresencial entre os meses de março a maio de 2021.


Figura 2 - Música em Santa Cruz dos Navegantes
Registro Fotográfico do Espaço de Aprendências
(Fonte: INPRA, 2021)


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Recortado de uma revista eletrônica, o trecho a seguir resume as condições de vida na comunidade Santa Cruz dos Navegantes, onde foi realizada a intervenção:

"De um lado, está a poderosa Santos, que de sua longa baía, próximo a Ponta da Praia com os prédios altos e luxuosos [...].

Do outro lado do mar, em menos de dez minutos de balsa, bem próximo a Santos, está a cidade das praias famosas, de águas cristalinas, o Guarujá. É lá, que fica o nosso bairro esquecido, que integra com a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande definida como Patrimônio Cultural.

O bairro que já foi tema da poesia 'Santa Cruz' em 1995, por Mônica Maestre de Aguiar Rodriguez, hoje se torna apenas promessas de uma vida melhor sem perspectivas. Bairro em que moradores deveriam se sentir privilegiados em estar em contato direto com a praia, garantindo e preservando as moradias e a natureza, hoje, lutam contra esgotos a céu aberto e memórias de uma história vã [...]" (NASCIMENTO; TRUCAT; CRUZADO, 2016)
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p. 18

IV. Notas e Comentários

Foram atendidos cerca de vinte a trinta educandos, dentre os quais citarei três, especificamente, ao notificar as principais contribuições conferidas no decorrer da intervenção. Em respeito à privacidade dos educandos, usaremos os seguintes nomes para identificá-los: 'G', 'A' e 'D':

1. O educando 'G', 20, masculino, demonstrou desde o início muito talento e algum domínio sobre os instrumentos. Logo assumiu uma posição de liderança em relação aos colegas;

2. A educanda 'A', 11, feminino, encantou-se com o violino, dedicando-se muito desde o começo, esforçando-se para participar das aprendências e interagir com os colegas embora excessivamente tímida (consideremos um longo histórico de assédio moral sofrido em ambiente escolar, informado pelos amigos e familiares); 

3. A educanda 'D', 40, PCD, feminino, muito extrovertida, demonstrou muita alegria, e até uma certa euforia durante as aprendências. Sem as pernas, D costuma se arrastar pelo chão, com certa habilidade que desenvolveu ao longo dos anos, e o faz com determinação demonstrando que a sua deficiência não a impede de interagir com a sociedade;

4. O educando 'G' demonstrou ser capaz de se socializar muitíssimo bem através da música, tanto no campo emocional como no profissional. Embora já tivesse muito contato com a música antes do projeto, foi atraído na intenção de se socializar e, ao fim da intervenção, já começava a ministrar aulas particulares de violino em sua casa;

5. A educanda 'A' desenvolveu-se muito durante as aprendências, principalmente no campo emocional. Constatou-se a diminuição da sua timidez, bem como a menina mais alegre e otimista, segundo relatos dos familiares e amigos;

6. A educanda 'D' também já era, de certa forma, musicalizada, ou seja, já tinha algum contato com a música, cantava e tocava um pouco de violão. Claramente participava do grupo com objetivo de se socializar, sentir-se parte do meio, útil;

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7. Produto desta intervenção, o trabalho audiovisual intitulado "ACORDAÍ", desenvolvido com os aprendizes (incluindo os educandos 'G', 'A' e 'D' ora apresentados), foi apresentado aos aprendizes, seus familiares e membros da sua comunidade durante o evento de encerramento do projeto, disponível no endereço eletrônico <https://drive.google.com/file/d/13PgldIE8Eq2nIKylDPoVWah7Icvkh1Io/view?usp=sharing>.
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V. Uma Perspectiva Neuropsicopedagógica

Neurociência e Pedagogia no Século 21

Para o neurocientista Idan Segev, professor de Neurociência Computacional na Universidade Hebraica de Jerusalém, em Israel, um dos maiores desafios que se apresenta para o Século 21 é:

“(..) entender como os processos neuronais subcelulares e celulares dão origem ao comportamento - movimento, percepção, emoções, memória e criatividade." (SEGEV, 2013)

Neste sentido, buscamos saber sobre como um comportamento é gerado a partir de uma rede neural. Para tanto, vêm se desenvolvendo ciências transdisciplinares, a partir da fusão de ciências fundamentais como Matemática e Física, Medicina e Ciência da Computação. 

“Haverá um tipo muito renascentista de pesquisadores que serão capazes e terão que dominar muitos, muitos campos. Eles terão que dominar teoria, física e matemática, e ciências da computação, eles terão que dominar alguns aspectos de doenças neurológicas e doenças psiquiátricas. Eles terão que dominar a anatomia e a estrutura do circuito do cérebro” (SEGEV, 2013)

Diferentemente do que pensávamos até pouco antes do fim do século 20, que o estudo do cérebro estaria restrito aos biólogos, enfim percebemos que estes saberes são importantes para muitas ciências.

“[...] o aluno, o novo aluno, o estudante de neurociência, terá que estudar todos esses campos. Ele terá que saber um pouco sobre psicologia cognitiva, neurologia, física e engenharia, será um novo tipo de estudante. Não vai ser tão particular e tão limitada como para os pesquisadores do século 20, esta é a pesquisa cerebral do século 21” (SEGEV, 2013)

De fato, a neuroanatomia moderna já nos permite a obtenção do mapa sináptico a nível celular. E pela primeira vez na história, temos a anatomia 3D completa de todo o tecido cerebral, comportando desde o estudo das conexões

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p. 21

estruturais (connectomics^5) e funcionais do cérebro até a simulação computadorizada do funcionamento de um cérebro, como ocorre no caso do “Projeto Cérebro Azul” (do original Blue Brain Project^6) de IBM, EPFL e associados (Figura 3).

Conhecer a fundo as estruturas cerebrais a nível celular pode nos servir para reconstruir uma parte de um cérebro, por exemplo, bem como colaborar para a descoberta da cura para muitas de nossas doenças.


Figura 3 - The Blue Brain Project
(Fonte: Galeria de Imagens EPFL, 2021)


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5) O estudo das conexões estruturais e funcionais do cérebro entre pilhas, que é visualizado como um connectome.
6) Projeto, iniciado em maio de 2005 por IBM, EPFL e ETH Zürich, que objetiva criar uma simulação computacional do cérebro de mamíferos, incluindo o cérebro humano.

p. 22

A Massa Colorida

Em 2007, pesquisadores de Harvard desenvolveram uma técnica genética molecular, que serviu para intervir com os genes, no caso, de um rato. Uma espécie de “milagre da biologia molecular” que nos possibilitou entrar em um genoma para de fato manipulá-lo, redesenhá-lo, a Tecnologia Brainbow^7 utiliza cores para classificar neurônios (Figura 4) e facilitar a visualização dos circuitos sinápticos pelo mapeamento cerebral, permitindo distinguir os neurônios dos seus vizinhos através do uso de proteínas fluorescentes.


Figura 4 - Brainbow Technology
(Fonte: Harvard University Brain Tour, 2021)


A partir destes avanços, tornou-se possível e indispensável estudar o que acontece no cérebro no momento de uma aprendizagem. Caminho pelo qual constatamos que ocorrem mudanças/alterações anatômicas no cérebro quando se aprende, por causa da plasticidade cerebral.

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7) Técnica de marcação de células genéticas onde centenas de tons diferentes podem ser gerados por expressão estocástica e combinatória de algumas proteínas fluorescentes espectralmente distintas. 

p. 23

Segundo Guerra:
“Neuroplasticidade é a propriedade de “fazer e desfazer” conexões entre neurônios. Ela possibilita a reorganização da estrutura do SN e do cérebro e constitui a base biológica da aprendizagem e do esquecimento. Preservamos as sinapses e, portanto, redes neurais relacionadas aos comportamentos essenciais à nossa sobrevivência. Aprendemos o que é significativo e necessário para vivermos bem e esquecemos aquilo que não tem mais relevância para o nosso viver”. (GUERRA, 2011, p.5,6)

Logo, podemos compreender a importância do avanço da Neurociência para a Educação, bem como do surgimento de ciências transdisciplinares, como é o caso da Neuropsicopedagogia.


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p. 24

Contribuições da Neuropsicopedagogia

A Neuropsicopedagogia é uma ciência transdisciplinar que tem por missão compreender as funções cerebrais para melhor compreensão do processo de aprendizagem. Em outras palavras, aprender como se aprende com intuito de ajudar o indivíduo ou o grupo a aprender mais e melhor.

De acordo com a Nota Técnica Nº02/2017 publicada pela Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia:

“Os estudos mostram que a Neurociência não fornece estratégias de ensino, pois este papel é da Pedagogia, que utiliza os conhecimentos da didática e das metodologias de ensino como suporte para o ensino e aprendizagem. É a Neurociência e a Psicologia Cognitiva que possibilitam compreender a aprendizagem, ressaltando os aspectos desde as questões neurológicas e biológicas, até a cognição. A primeira, por meio de experimentos comportamentais e do uso da ressonância magnética, tomografia, entre outras técnicas, observa as alterações do cérebro durante o desenvolvimento. A segunda refere-se ao estudo do conhecimento investigando aprendizagem, pensamento, raciocínio, formação de conceitos, memória, inteligência. Volta-se para os significados, levando em consideração evidências indiretas para explicitar como os sujeitos percebem, interpretam e utilizam o conhecimento adquirido. O estudo destas áreas fundamenta o neuropsicopedagogo clínico e institucional a compreender o desenvolvimento global do ser humano, bem como suas dificuldades de aprendizagem” (SBNPp, 2017)

O surgimento da Neuropsicopedagogia é resultado do avanço da ciência como um todo. Por séculos a fio as instituições religiosas assumiram a demanda da educação de crianças, adolescentes, jovens e adultos, muitas vezes submetendo o educando, quando na condição de aprendente, a sincretismos e metodologias impregnadas de preconceitos, ignorando a maneira como o indivíduo aprende e quaisquer outras vias que não aquelas preestabelecidas com base nos interesses da instituição, que, por sua vez, representa os interesses de uma sociedade ou classe social específica.

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Mesmo o Estado, ao tomar posse dessa demanda, mantém uma grade curricular com base nos interesses daquela sociedade, uma vez que não haja qualquer seta que aponte caminhos factualmente eficazes para o melhoramento do processo de ensino-aprendizagem do ser humano. Todavia os estudos sobre o cérebro avançaram de tal modo que as evidências se fizeram incontestáveis e alguma mudança inevitável.

O caminho é de cima para baixo, senão vejamos, a mudança começa no alto escalão da Neurociência, da Anatomia Moderna e da Neurociência Computacional, por onde discorrem teóricos renomados, influenciando as academias. Com isso, novas ciências, ciências transdisciplinares vão surgindo, e consequentemente novas especializações e cursos de graduação. Não se pode ignorar a importância de descobertas tão significativas. É um caminho sem volta, mais cedo ou mais tarde, novas e modernas tecnologias chegam às salas de aula, chegam aos nossos jovens, adolescentes e crianças, independente das nossas crenças. Os paradigmas vão sendo derrubados, um a um, e naturalmente dão origem a novos paradigmas que se tornam novos desafios. Este é o caminho do neuropsicopedagogo:

De acordo com a Nota Técnica Nº02/2017 publicada pela Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia:

“A luz da neurociência, a seleção dos estímulos adequados para produzir a aprendizagem, considerando a qualidade deles, poderá determinar a efetividade da aprendizagem do sujeito. A percepção capturada pelo sistema nervoso periférico, levado através de corrente elétrica ao cérebro localizado no sistema nervoso central, desencadeará um processo de reelaboração dos conhecimentos, que até então foram compostos pelo sujeito aprendente”. (SBNPp, 2017)

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p. 26

VI. Conclusão

Em face ao desenvolvimento da ciência, pouco a pouco desmoronam as estruturas do sincretismo, especialmente do religioso. O preconceito dá lugar ao comprobatório. A exemplo disso, analisemos o trecho bíblico citado a seguir, cujo conteúdo remonta parte da história da medicina judaica, senão vejamos:

“23.Et lorsque l`esprit de Dieu était sur Saül, David prenait la harpe et jouait de sa main; Saül respirait alors plus à l`aise et se trouvait soulagé, et le mauvais esprit se retirait de lui." (Bíblia Católica Online. Sam1 16:23)

Tradução (da mesma fonte):

“23.E sempre que o espírito mau de Deus acometia o rei, Davi tomava a harpa e tocava. Saul acalmava-se, sentia-se aliviado e o espírito mau o deixava." (Bíblia Católica Online. Sam1 16:23. Acesso em 07/11/2021, Disponível em: <https://www.bibliacatolica.com.br/biblia-de-jerusalem-vs-biblia-ave-maria/1-samuel/16/>)

Na versão em português, ao ouvir o som da Harpa (tocada por Davi), o Rei Saul ‘acalmava-se, sentia-se aliviado’. No entanto, em francês podemos observar mais detalhes dos sintomas do rei: ‘Saül respirait alors plus à l`aise’ que pode ser entendido por ‘Saul respirou com mais facilidade’.

No texto em Latim, disponibilizado pelo Vaticano, aparece, no mesmo trecho, a palavra ‘refocillabatur’ que pode ser traduzida em português para ‘revigorado’:

“23 Igitur, quandocumque spiritus Dei arripiebat Saul, David tollebat citharam et percutiebat manu sua; et refocillabatur Saul et levius habebat: recedebat enim ab eo spiritus malus.” (Liber Primus Samuelis, Nova Vulgata, Vetus Testamentus. Texto completo disponibilizado pelo Vaticano no endereço: <https://www.vatican.va/archive/bible/nova_vulgata/documents/nova-vulgata_vt_i-samuelis_lt.html#16>. Acesso em: 07/11/21)

Revigorar, neste sentido, significa recobrar saúde, reaver forças, ou, como hoje é sabido, reequilibrar-se.

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Partindo de um ponto de vista hipotético-dedutivo, os sintomas de Saul apresentam um quadro típico do que hoje conhecemos por Síndrome do Pânico. O contexto da sua vida, enquanto rei, em tempos tão remotos, de guerras e de muitas ameaças promove o ambiente estressante ideal para o surgimento do pânico.

Cientificamente denominada Ansiedade Paroxística Episódica, a Síndrome ou Transtorno do Pânico está relacionada com a liberação de adrenalina diante de um falso perigo, fruto da imaginação do indivíduo mediante pensamentos ruins com os quais, naquele momento, não consegue lidar. Um desequilíbrio hormonal que apresenta vários sintomas dentre os quais podemos destacar a aceleração dos batimentos cardíacos e da respiração, seguida de falta de ar, pressão no peito, suor frio, tonturas, formigamento e medo de desfalecer. Por princípio o tratamento:

[...] combina medicamentos antidepressivos e ansiolíticos com psicoterapia e deve ser conduzido por médico psiquiatra; sua duração vai depender da intensidade da doença, podendo variar de meses a anos, sendo que se trata de um problema que pode ser controlado, mas para o qual não existe a cura completa. A psicoterapia objetiva auxiliar o paciente no resgate da autoconfiança necessária ao domínio das crises, através da consciência de si próprio. (Transtorno do Pânico. Biblioteca Virtual em Saúde MS. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/transtorno-do-panico/> Acesso em: 07/11/21).

Percebe-se, a partir do relato bíblico a respeito das crises de Saul, que a música ocupa o papel do ansiolítico, bem como Davi ocupa o papel de um psicoterapeuta, ou musicoterapeuta, termo mais apropriado para este caso. E, de fato, o relato bíblico faz parte da história da musicoterapia, assim como textos, saberes e artes advindas das mais variadas religiões e culturas espalhadas pelo mundo. Da intuição ao empirismo percorremos para compreender, agora factualmente, os efeitos da música sobre a psique humana. Logo, pode-se deduzir que as frequências dos arpejos de Davi ajudaram a inibir a produção de adrenalina em excesso durante as crises de Saul.

De uma perspectiva neuropsicopedagógica podemos concluir que são muitas as contribuições da educação musical para os processos de socialização, primário e

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secundário, no contexto deste início do século 21, especialmente com o marco da Pandemia causada pela Covid19. A educação musical pode libertar o ser humano para aprender a se beneficiar da música de muitas maneiras diferentes: trabalhando com música, concentrando-se com música, divertindo-se com música, curando-se, reequilibrando-se, revigorando-se com música etc. E, para tanto, importa garantir o seu direito, total e pleno, à educação musical, como parte da sua formação fundamental, para que possa gozar livremente de todos os seus benefícios.


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VII. Referências Bibliográficas

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1979.
BIBLE. Nova Vulgata, Vetus Testamentus: Liber Primus Samuelis 16:23. Texto completo disponível no endereço eletrônico: <https://www.vatican.va> Acesso em: 07/11/21.
BÍBLIA CATÓLICA ONLINE. Sam1 16:23. Disponível no endereço eletrônico: <https://www.bibliacatolica.com.br/>. Acesso em 07/11/202.
BORGES, T. M. M. A criança em idade pré-escolar: desenvolvimento e educação. 3.ed. Revisada e atualizada. Rio de Janeiro, 2003.
BUENO, ROBERTO. Pedagogia da Música-Volume 1. Jundiaí, Keyboard, 2011.
BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília, v. 3. Conhecimento de Mundo. MEC/SEF, 1998.
CASCIO, J. Facing the Age of Chaos. Institute for the Future. 2020. Disponível no endereço eletrônico: <https://medium.com/@cascio/facing-the-age-of-chaos-b00687b1f51d> Acesso em 27/08/21.
CRUZ, C; RIBEIRO, U. Metodologia científica: teoria e prática. 2.ed. Rio de Janeiro: Axcel Books, 2004.
FOUCAULT, M. História da Loucura. São Paulo: Editora Perspectiva, 2007.
FREIRE, P. Política e educação. São Paulo: Cortez, 1997.
GUERRA, Leonor Bezerra. O diálogo entre a Neurociência e a Educação: da euforia aos desafios e possibilidades. P. 5,6, 2011. Disponível no endereço eletrônico: <https://www2.icb.ufmg.br/neuroeduca/arquivo/texto_teste.pdf> Acesso em: 30/10/2021.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Transtorno do Pânico.  Biblioteca Virtual em Saúde MS. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/transtorno-do-panico/> Acesso em: 07/11/21.
NASCIMENTO, D; TRUCAT, J; CRUZADO, P. 2016. Disponível no endereço eletrônico: <https://medium.com/@jssicatrucat/santa-cruz-dos-navegantes-1353b4a7450> Acesso em 03/10/21.
NIETZSCHE, F. Crepúsculo dos Ídolos. Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Cia das Letras, 2006.

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