Pensando sobre Arte-educação com Ana Mae Barbosa
O documento serviu como base para o "Congress on Quality on Art Teaching", da UNESCO, tal sua consistência. O artigo começa explicando: 'Artes têm sido uma matéria obrigatória em escolas primárias e secundárias (1º e 2º graus) no Brasil já há 17 anos. Isto não foi uma conquista de arte-educadores brasileiros mas uma criação ideológica de educadores norte-americanos que, sob um acordo oficial (Acordo MEC-USAID), reformulou a Educação Brasileira, estabelecendo em 1971 os objetivos e o currículo configurado na Lei Federal nº 5692 denominada "Diretrizes e Bases da Educação'.
Outra observação relevante e construtiva encontrada no texto é sobre cursos de Licenciatura em Educação Artística nas faculdades e universidades do Brasil, em sua maioria de dois anos de duração, outorgando diplomas a arte-educadores: 'É um absurdo epistemológico ter a intenção de transformar um jovem estudante (a média de idade de um estudante ingressante na universidade no Brasil é de 18 anos) com um curso de apenas dois anos, num professor de tantas disciplinas artísticas.'
Outrora chamada de educação-artística e focada quase que exclusivamente na arte de desenhar, suas técnicas e utilidades, especialmente industriais, arte-educação é algo muito mais amplo, penso que diretamente relacionado à qualidade da nossa cultura, entenda.
Hoje, no Brasil e no mundo, contamos com diversos projetos experimentais envolvendo arte-educação, aplicando, por vezes, práticas pedagógicas não previstas nas diretrizes governamentais, todavia notavelmente avançadas e competentes. Sinto que falta apoio para estas ações, para que haja um fortalecimento cultural. É evidente que precisamos de uma sociedade mais culta. e posso ver que, neste sentido, arte-educação vem a ser um excelente caminho.
Um povo sem cultura, sucateia a educação, a saúde, o meio-ambiente. Uma sociedade culta pensa melhor, desenvolve-se, prospera.
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